segunda-feira, 29 de julho de 2013

Birrinha

Menininha maleducadinha, já grandinha e ainda fazendo birrinha. Tem a historinha do reizinho que contou que tudo tudo tudo é vaidadinha, vaidadinha de vaidadinha, ele olhou seu reinadozinho e se perguntou que proveitinho tinha tanto trabalhinho, porque uma geraçãozinha vai, uma geraçãozinha vem, mas, veja só, criancinha: a terrinha fica do mesmo jeitinho, tudo é que nem uma rodinha, e que nem esse monte de riozinho não dá conta de encher o marzinho.  É porque gentinha como você acha que tudo é muito novinho, mas se você fosse maiorzinha você veria que não há novidadezinha nenhuma no que você fala, faz, pensa, julga, e no fim das contas, você é muito bobinha e mal comportadinha. Quer briguinha, neném? Mas não sou da sua turminha, não sou da sua lainha, viu?

terça-feira, 23 de julho de 2013

Eu estou aqui

Eu estou aqui. Foi com esta frase plena de sentidos, com as mãos nos meus ombros, com os olhos cravados na minha alma, que nos despedimos. Nenhuma outra palavra a mais seria necessária, se não fosse pelo desespero da minha língua em se pronunciar: o senhor é um homem honrado. Os sorrisos cúmplices desta conexão inexplicável entre dois universos que se encontraram nas histórias que não se contam, porque não agradam, porque expõem a ponta mais fraca da imensa sequência de insensatez, menos sintomática e mais identitária nos tempos atuais. A presença desaforada da morte foi solenemente ignorada por nós dois: ele, por meter-lhe o dedo na cara e dizer 'eu estou aqui'; eu por convivência cotidiana, dessas que nem mais se dá 'bom dia'.