sábado, 21 de agosto de 2010

Saudade

Antonella passou tempo demais da vida guiada por tudo o que era racional e seguro. Foi na música que os sentimentos vieram. Na música literalmente, 'na' sendo 'em'+'a', dentro da, dentro lá dentro mesmo, mergulhada, amalgamada na mágica dos acordes, dos sons, das letras, dos ritmos, dos timbres, coisas que ela jamais soube o nome, pois com a música a relação era de alma. Foi na música (na!) que ela sentiu saudade pela primeira vez, ou seja lá o que for o aperto manso que lhe tomava parte do coração, um pedaço do pescoço e, às vezes, metade dos músculos das pernas, e lhe acompanhava, como um cão fiel, o dia inteiro. Saudade inviável, fora de lugar, fora de época. Saudade da briga de amor que não causou, do beijo que não roubou, e pela palavra não dita, pelo brilho do olhar. Só uma palavra me devora... 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Setenta por cento

... "Setenta por cento problema meu é a **** que te *****. Não terá de mim a resposta elegante e hipócrita, e a opção de me calar para não expor o seu show de horrores retiro agora. Leve seus conjuros e macumbas interpretativas para o raio que te parta. Vá repetir seus mantras ideológicos na casa do *******, pois há muito não fazem sentido para mim, a não ser para denunciar que você está perdida na sua infantilidade. Sua covardia está historica e geograficamente deslocada, a guerra acabou faz tempo, e se ninguém te avisou, eu te aviso agora: seu país perdeu. Não é você nem a corja dos seus aliados que vão abaixar minha cabeça, e não venha se adonar do que pertence a ninguém, porque desta velhacaria eu já estou escolada. E não se meta com a minha espontaneidade, com o meu entusiasmo de viver, e muito menos, muito menos com a minha criança. Resumindo, vá à *****." ...E foi assim que acabou.