quinta-feira, 27 de junho de 2013

Prateleira

Convicção pactuada com tristeza: era preciso deixar aquela morte seguir. Era maior do que cada um, era maior do que tudo. De volta ao lugar, exatamente o lugar, sempre o lugar. A saudação conhecida, meio estereotipada, que ganhou evidência depois daquelas cenas, já pressentindo a outra emoção inenarrável diante do rico conjunto de prateleiras que guardavam os mundos, aos retalhos, próprio do ponto de vista restrito da vida humana. "Agora eu vejo vocês". Deste sopro se mostrou a vida existente no que era inerte. Unus Mundus, uma questão de composição, de organização, de forma, de lugar, sempre o lugar. Cumplicidades e alegrias de velhos amigos, sem os disfarces úteis no cotidiano. Se as palavras e as coisas eram necessárias eu não sei, não havia tanta filosofia assim. É o que é. Não foi preciso socializar, pois sabia o que fazer, e o que falar. Não era nada do além: não isso, as outras coisas sim, as que riam silenciosamente invisíveis.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Mal

Mal, mal, mal, o mal, é o mal. Ali, criança velho, erudito maldito, largato gosmento, vestido a caráter, malha, o mal, na minha frente, malquerência, malzência, malnascência. Espúrio, poder e humilhação. Cada um que vá atrás do seu canto, o canto do mal, o lugar controle, a canção das trevas. Erva maldita, inteira no possível da medida, lugar de cura, feito em dor, inviável como um deus, invisível como o ar podre respirado marsado bravateiro duma figa, na medida do possível. Jogo perigoso autocolante autoreplicante intoxicante: covarde, covarde, covarde. A cobra existe no terráreo. Ela pensa ser gente. Ela acha que é. Mal, mal, mal, o mal, é o mal.