sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Antonella e Ana

Ana querida, conhecer você foi mais do que uma experiência musical, foi uma conexão de amor. Bem sabes que foi pela música que voltei à vida, acordando do silêncio comatoso embalado pelo ritmo de louças, copos, toalhas, panos, talheres, vassouras, rodos, ferro de engomar, panelas, panelas, panelas, obrigações de mulher bem casada, entre a serpente e a estrela, cortado com a devida amperagem cardíaca pela voz do Rei no rádio amigo onipresente. Flauta mágica bendita, simplicidade concreta, transcendência ao alcance do pneuma espírito pulmão voz, ao alcance da voz, ao alcance da voz, ao alcance da voz. Vibratto das cordas gerando matérias indecifráveis, para além e para aquém do que quer que seja a energia da vida, tão longe, tão perto, unus mundus de onze dimensões, no céu onde agora há nove luas, não mais uma só: nove luas.