Este CD que você me devolveu na caixa de sapatos não é meu, deve ser de outra, como é o banquinho lá da sua casa, aquele que você me advertiu que eu deveria disputar o direito de sentar. Talvez tenha lhe escapado o detalhe de que esta cidade é pequena como uma van, e que nós mulheres somos mais unidas do que reza sua cartilha de senso comum cunhada na sua (frágil) arrogância filosófica. Nas conversas você apareceu como aquele que se olha demais no espelho porque morre de medo de um dia se ver, e, confesso, foi divertido ouvir o som dos seus discursos desmoronando, em meio à galhofa da sua estupidez. Você não alcançou o fato de que os úteros são lugares sombrios, embora os sorrisos sejam iluminados pelos colares e acessórios que desviaram eficientemente a sua atenção.