domingo, 18 de outubro de 2009

Bilhete

Eis que o paradoxo está posto: pergunta que resposta não quer e não pode. Eis a solidão última: legitimidade exclusiva do conhecimento auto-adquirido. Eis os muros do castelo divino: os oráculos, fonte maior. Eis a impossibilidade: escuta aprendiz na contestação humana imperfeita de futuro no subjetivo. Eis a voz que o deserto reclama: a fala para si, de si, por si. Eis o que sem: sem mim, sem ninguém, sem outro além. Eis a história: cada perda uma mina enterrada na areia do seu tempo. Eis o projeto perfeito: campo minado de regras demais. Eis o banquinho: acomodação na casa todas de todos. Eis a mistura: limites requeridos das pessoas erradas. Eis o velho: espelho quebrado no próprio veneno. Eis o oroboro do puer aeternus: fecho cíclico, estagnado e completo da carta vinte e um.