sexta-feira, 1 de junho de 2012

Diferente

Uma coisa é não saberem cuidar, a outra coisa é não quererem, absorvidos que estavam nas suas próprias tramas, nas traições de suas próprias vidas, desnutridas e asfixiadas. Foi assim que o menino caiu no mar, meio assustado, meio aliviado por estar fora daquele barco. E foi assim que, sendo duas, saí da beira e saí do ar, para entrar no mar, atravessando com e pelo menino, passando com e pelo perigo, para trazer o menino príncipe para o seu próprio povo, que lhe rendeu reverência ancestral, na mais doce consciência de que as tradições tinham nele um caminho, honra preciosamente guardada aos que sabem ver. E ele, na simplicidade inerente à realeza, com a amorosidade dos que transcendem, ainda molhado, ainda criança, ainda pequeno, recebeu e distribuiu, alimento e esperança. Nisto está o diferente que busquei.