quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nome

Ao ouvir Violeta Parra cantando ‘es como descifrar signos sin ser sabio competente’, sonhou, num devaneio lúdico e vígil, que ela própria cantava Volver a los 17, no alto de uma montanha mineira, com direito a coro, cachoeira, rio e violão. Tomada por este fado mítico, viu-se enredando, enredando, cantando, cantando, como uma oração embolada, com uma língua incompetente, que não acompanha mais os sinais estabelecidos. Como el musguito em la piedra, ay si, si, siiii. O sentimento pode mais que a razão. Volver a sentir profundo como um niño frente a Dios. O que é preciso para lembrar de Deus? Lembrar-se, apenas lembrar-se. E lembrou-se: meu nome não é Nelinha. Meu nome é Antonella. Antonella. Antonella. Antonella. Eso es lo que siento yo en este instante fecundo. Decifrando signos, depois de viver um século, um diamante fino, numa alma serena, como um niño, ni el más claro proceder. Antonella.